Sobre Felipe M. C. CFP®

Economista pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, especializado em finanças com extensão na University Of La Verne (Califórnia, EUA) e experiência em análise de investimentos em ações, fundos e private equity. Certificado CFP®.

Pós-graduação ou Poupança, aonde investir????

Neste texto vamos dar uma pequena pausa no assunto que vínhamos tratando (fundos, ações e etc…) para falar sobre um assunto um tanto polêmico… Pós-graduação ou poupança, aonde seria melhor alocar o seu dinheiro? Muitos têm essa dúvida, então espero poder ajudar….

Quando olhamos os preços adotados em cursos de MBAs, mestrados, pós-graduações e outros, podemos levar um susto. Algumas faculdades chegam a cobrar mais de R$ 1.500,00 por mês em um curso de pós graduação. Um mestrado profissional em faculdades renomadas chega a custar mais de R$ 2.500,00 por mês em 24 meses (superando R$ 60.000). A pergunta natural seria: e se eu investisse esse dinheiro em ações ou em um fundo, será que meu retorno não seria superior ao aumento de salário que teria com algum desses cursos?

É claro que boa parte do ganho obtido com uma pós graduação é intangível, ou seja, se trata de realização pessoal, algo que não se pode medir. Porém, vamos analisar de uma forma mais racional, pensando apenas em retorno e em perfil.

Para isto vamos comparar a história de três amigos, João (Analista Financeiro), Luiz (Consultor Financeiro) e Jorge (Vendedor), os três formados em administração de empresas e com 25 anos de idade. Eles estão analisando a possibilidade de fazer uma pós-graduação em suas respectivas áreas que custaria R$ 1.500,00 por mês durante dois anos. Vamos conhecer um pouco mais sobre os três amigos:

– João ganha R$ 3.000,00 por mês trabalhando em um multinacional. Ele almeja ser promovido ao cargo de gerente (com salário de R$6.000). Porém, para isto ele precisa aprimorar seus conhecimentos em finanças. A boa notícia é que com uma pós-graduação sua promoção está garantida. Ele quer fazer pós em finanças.

– Luiz ganha R$ 3.000,00 por mês prestando consultoria financeira, e detém conhecimento financeiro elevado, pois possui um certificado reconhecido internacionalmente, o CFP (Certified Financial Planner). Porém, ele gostaria de dobrar sua clientela (composta em sua maioria por empresários), para atingir R$ 6.000,00 por mês. Para isto teria que ter contato com mais empresários e melhorar sua estratégia para convencê-los da utilização de seus serviços. Ele quer fazer pós-graduação em finanças, pois esta é sua área de atuação.

– Jorge, um vendedor nato, ganha R$ 3.000,00 por mês. Teria que dobrar suas vendas para chegar aos R$ 6.000,00 mensais. Seus clientes não ligam para sua formação, apenas gostariam que ele fosse mais proativo no pós-venda, pois ele nunca tem tempo para tirar suas dúvidas, e quando tem tempo não sabe a resposta. Ele pretende fazer pós-graduação em marketing.

Será que a pós-graduação seria a melhor alternativa para os três amigos?

OBS: Os três iniciaram uma aplicação de R$ 500,00 por mês, a taxa de 0,5% ao mês, para usufruir apenas quando tiverem 55 anos (30 anos de investimento). Porém, poderiam investir R$ 1.500,00 a mais por mês durante os dois primeiros anos, se não fizerem a pós.

Para se ter uma ideia, se eles optassem por não fazer a pós-graduação eles teriam R$ 200 mil reais a mais em suas respectivas poupanças quando atingissem 55 anos.

Em uma análise fria, e até mesmo um pouco intuitiva, se a pós dobrasse a renda nos três casos com certeza fazer o curso seria a melhor opção, pois com o salário dobrado eles poderiam aumentar suas aplicações após o fim do curso e ainda contariam com melhor qualidade de vida.

Porém, olhando caso a caso percebemos que não é bem assim.

– Para João, fazer a pós-graduação em finanças parece um bom negócio, pois seu salário dobraria, e com este salário ele poderia aumentar sua aplicação após finalizar o curso e ainda obteria melhor qualidade de vida.

– Para Luiz, a pós-graduação também é uma boa oportunidade, porém, não em finanças, considerando que ele já possui um certificado financeiro reconhecido. Já que ele precisa melhorar seu lado “vendedor/empreendedor” e ter mais contato com empresários, talvez uma pós em marketing ou em gestão de negócios lhe traria ganhos muito maiores, ajudando a aumentar sua clientela e a tocar melhor o seu pequeno negócio de consultoria…

– Já no caso de Jorge, a pós-graduação além de não trazer ganho certo, pois não aumentaria suas vendas, ainda tornaria seu tempo mais escasso, podendo levá-lo a perder clientes. Para ajudar comprometeria seu ganho futuro (aos 55 anos teria R$ 200 mil a menos em sua aplicação). O ideal neste momento seria ele se dedicar a estudar os produtos que está vendendo e a reorganizar sua agenda, para prestar um melhor pós-venda. Talvez um curso de curto prazo aos sábados sobre gestão de vendas seria uma alternativa mais aceitável.

Em resumo, meu conselho com uma visão de investimentos é:

(i)                  Tente quantificar o ganho que possivelmente você obterá ao fazer o curso de pós-graduação que está pretendendo. Você será promovido? Terá novas oportunidades atrativas no mercado de trabalho?

(ii)                Saiba qual seria o melhor curso para o seu caso, ou seja, faça um curso que realmente lhe agregará um novo conhecimento, ou que lhe trará ao menos um aprofundamento substancial nos conhecimentos atuais.

(iii)               Sempre avalie se não há alternativas mais interessantes neste momento. Muitas vezes um certificado poderia lhe trazer uma remuneração superior, a um custo menor. Isto é muito comum no mercado financeiro, onde alguns certificados valem mais ou tanto quanto uma pós-graduação.

Por fim, gostaria de frisar que “aprender” nos torna mais capacitados, como profissionais e como pessoas. Cada novo conhecimento adquirido nos torna mais produtivos e eficientes. Em geral, estudos sinalizam que investimento em educação traz ganhos substanciais à renda.

Desta forma, nunca deixe de se atualizar, fazer cursos, ler livros e etc… PORÉM, façam isto de maneira eficiente e proveitosa para sua vida financeira e pessoal.

Fundos de Investimentos – Parte 2 “A Comodidade com Retorno”

Dando continuidade ao assunto do último texto, falaremos sobre alguns fundos interessantes para investidores de menor porte. Acredito que três tipos de fundos são atrativos e merecem atenção: (I) Fundo de Investimento em Ações (FIA); (II) Fundo de Renda Fixa; e (III) Fundo Multimercado (FIM). No próximo texto falaremos sobre outras opções que também devem ser consideradas, como o fundo de investimento imobiliário (FII).

Esses três fundos apresentam estratégias diferentes, como o próprio nome sugere. Vamos começar pelo Fundo de Investimento em Ações (FIA).

(I) Quando se fala em ações o primeiro sentimento que surge em muita gente é o de insegurança.

Muitos acham que não têm tempo para acompanhar seus investimentos, portanto, seria impossível alocar seu capital na bolsa, pois acreditam que este tipo de investimento merece maior atenção. De fato, a bolsa requer um nível mínimo de acompanhamento superior ao requerido por outros investimentos do mercado. E fica difícil conciliar todas as atividades do dia a dia com mais esta tarefa.

 

Por isso investir em um FIA (Fundo de Investimentos em Ações) tende a ser uma opção bastante interessante. Em primeiro lugar, como nos demais fundos, você terá um gestor que acompanhará seu investimento e tomará as decisões por você. Isso lhe dará maior segurança diante de uma rotina carregada de compromissos. Além disso, um fundo de investimentos, sendo a união de um grupo de investidores, acaba obtendo certas vantagens na bolsa, como maior liquidez em determinados papéis e, por vezes, chega a influenciar em decisões das empresas investidas, dependendo do tamanho do fundo.

Vale destacar a importância de olhar o rendimento histórico, a estratégia (podendo ser mais conservador ou mais agressivo) e se atentar no regulamento, onde você poderá observar as regras de funcionamento do fundo. E neste caso sempre pensar em médio/longo prazo.

(II) Para o fundo de Renda Fixa o racional é o mesmo. Quando você passa a buscar uma opção interessante de investimento em renda fixa acaba se deparando com diversos títulos (pré-fixados, pós-fixados, privados, públicos e etc…), e fica difícil decidir qual seria a melhor opção dentro do cenário vigente. Por exemplo, quando a inflação está elevada, os títulos pós-fixados atrelados à inflação são mais atraentes, e assim por diante (vamos tratar este assunto com maiores detalhes em um próximo texto). Neste caso um Fundo de Investimento em Renda Fixa é de grande valor, tendo em vista que haverá um gestor escolhendo as melhores opções para o seu capital.

(III) E, por último, gostaria de chamar a atenção para o Fundo de Investimentos Multimercados (FIM), cujo objetivo seria diversificar o seu investimento. Ao invés de você mesmo diversificar sua alocação, colocando um percentual em renda fixa e outro tanto em ações, por exemplo, neste caso você apenas aporta tudo em um FIM, passando esta responsabilidade para um gestor, que fará a alocação para você. Neste caso é de extrema importância que você procure um fundo com estratégia semelhante à que você busca. Por exemplo, se você gostaria de colocar apenas 20% de seu capital em ações, 70% em renda fixa e 10% em outro tipo de investimento, você poderia buscar um FIM que utiliza esta estratégia e alocar todo o recurso direto neste fundo. O gestor fará todo o trabalho…

Lembre-se de comparar as taxas de administração de vários fundos, pois uma pequena diferença na taxa que você terá que pagar pode significar um ganho considerável no longo prazo. Muitos fundos cobram taxas de administração exageradas.

Fico à disposição para dúvidas.

Fundos de Investimentos: “A União Faz a Força”

Neste artigo vamos iniciar um bate-papo sobre uma arma poderosa para investidores de pequeno e médio porte, os fundos de investimentos. Poucos conhecem os benefícios e os cuidados necessários para quem investe nesta forma de aplicação financeira. Inicialmente vamos falar sobre um grande benefício, o ganho de escala.

A frase “a união faz a força” define bem um dos principais chamarizes para quem quer investir em fundos. De maneira geral, este veículo de investimentos atende o desejo de quem quer apostar em um determinado segmento, porém, não tem capital suficiente para realizar este objetivo.

Por exemplo, quantas pessoas têm capital suficiente para comprar um terreno e construir um Shopping Center ou uma torre comercial?  Você tem o montante necessário para realizar um projeto deste porte?

Muitas vezes enxergamos potencial em um determinado segmento, porém, temos a impressão que somente os milionários estão conseguindo usufruir deste potencial. De fato são muitas as oportunidades que somos incapazes de aproveitar devido ao elevado volume de investimento inicial. Porém, a boa notícia é que, possivelmente, você consegue satisfazer este anseio através de algum fundo que foca sua estratégia justamente no segmento que você gostaria de apostar.

Imagem A formação de um fundo basicamente ocorre com a união de diversos investidores menores que juntam seu capital e se tornam um único investidor de maior porte. O retorno ocorre através de distribuições que o fundo faz para os seus investidores, denominados cotistas.

Todos os fundos têm um gestor e um administrador, sendo o primeiro responsável pelas decisões de alocação do dinheiro acumulado e o segundo pela parte burocrática e administrativa (regulamento e etc…).

Então bastaria investir em um fundo de investimentos imobiliário focado em shopping centers e você passa a se tornar um investidor de shopping centers, algo que seria inimaginável para a grande maioria das pessoas.

Os fundos podem adotar diversas estratégias, o que deve estar bem esclarecido para os seus investidores no regulamento. Alguns focam em ações, outros em imóveis e assim por diante. Eis a lista dos principais tipos de fundos encontrados no mercado, cada um com uma estratégia:

FIA – Fundo de Investimentos em Ações

FII – Fundo de Investimentos Imobiliários

FIM – Fundo de Investimentos Multimercados (Investe em diversos segmentos, conforme seu regulamento permitir).

Fundo Cambial

Fundo de Renda Fixa

FIC – Fundo de Investimentos em Cotas (Investe em outros fundos).

E Outros.

No próximo texto irei aprofundar este bate papo falando sobre os tipos de fundos que considero excelentes opções para investidores de menor porte, como nós. E vamos falar também sobre os principais cuidados que se deve tomar, como analisar as taxas cobradas e o histórico de rentabilidade.

Como decidir o que comprar ou vender no mercado de ações?

Dando sequência ao assunto abordado em meu último texto, agora que todos já sabem que o processo de compra e venda de ações é relativamente simples, e que não é necessário ter grandes montantes para investir na Bolsa, chegou o momento de nos aprofundarmos neste segmento, tratando sobre as decisões de compra e venda.

Em resumo a maior dificuldade de um investidor iniciante, quando ele opta por investir em ações, é saber decidir quais ações comprar, ou seja, em quais empresas investir. Além disso, em geral poucos têm claro qual seria um bom momento para vender suas ações.

Vamos iniciar com uma reflexão muito simples, para tirarmos algumas conclusões iniciais: Você entraria em uma sociedade com aquele seu cunhado que vive se envolvendo em “encrencas” e deve dinheiro para toda a família?

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Faria parte de uma sociedade com aquele seu vizinho cuja empresa não cresce faz mais de 10 anos?

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Estas mesmas questões devem ser levantadas antes de apostar em alguma empresa no mercado de ações. Em geral você deve conferir se a companhia tem perspectiva de crescimento, quais os riscos que envolvem o seu negócio de atuação e se a gestão é transparente, ou seja, se informações importantes, como a estratégia de longo prazo e o endividamento, são divulgadas de maneira clara.

Porém, muitas vezes para se chegar a conclusões plausíveis torna-se necessário adotar ferramentas mais complexas de análise financeira, além de ter tempo. Por isso, recomendo que sempre consulte um especialista. Geralmente, boas corretoras contam com uma equipe de analistas de ações que poderá lhe indicar qual seria a melhor opção para o seu perfil de risco em menos de 10 minutos.  

Com o seu perfil alinhado ele lhe dirá qual empresa é uma boa opção.

Agora vai a minha opinião para investidores iniciantes na bolsa:

“Só invista em ações quando este mercado estiver atrativo”.

Não invista apenas por obrigação de diversificar sua carteira, ou porque lhe disseram que é uma boa… A bolsa vai bem quando o cenário macroeconômico (economia mundial e nacional) está bem, ou pelo menos estável. Quando existe risco mais alto contaminando a economia mundial, ou a nacional, em minha opinião o melhor para investidores menos experientes é buscar alternativas mais seguras.

Por exemplo, neste momento, o mercado de ações não está atrativo, considerando o risco de a Grécia deixar a Zona do Euro e todos os outros problemas que permeiam aquela região.

Porém, quando o cenário apontar maior estabilidade e o otimismo voltar, vale a pena avaliar a possibilidade de investir em boas empresas. Tudo isto poderá ser conversado com um especialista da sua corretora sem custo algum.

O mais importante é que todo este processo é simples, e não requer grandes esforços. Basta abrir sua conta na corretora e pedir para falar com os analistas de ações, os quais lhe darão boas orientações. Pergunte sobre o risco envolvendo o cenário econômico. Explique que tipo de investimentos você procura na bolsa (você pode querer arriscar mais buscando possibilidade de retornos maiores, ou pode buscar empresas mais estáveis, porém, com possibilidades de retornos menores). Tire suas dúvidas. NÃO DEIXE DE VIVER ESTA EXPERIÊNCIA, AINDA QUE VOCÊ DECIDA ESPERAR UM POUCO MAIS PARA INVESTIR. Ligue para os analistas uma vez por mês se quiser, até sentir que o otimismo está de volta.

É importante que o brasileiro perca o medo de aprender a cuidar de seu dinheiro da melhor forma possível, e conhecer o mercado de ações faz parte deste aprendizado.

 

Mercado de ações e seu funcionamento…

Tenho percebido que, com certa frequência, a primeira pergunta que me fazem quando falo que trabalho com investimentos é: Como funciona o mercado de ações? Muitos até mesmo investem sem ao menos saber muito bem o que significa “comprar uma ação da Vale”. Compram ações da mesma forma que apostadores colocam uma ficha em máquinas caça-níqueis. Outros até entendem um pouco mais, porém, investem apenas baseando-se em boatos e “dicas” que ouvem em um jantar com amigos.

Então vamos primeiramente entender de forma bastante simples o que é uma ação.

Você já quis se tornar sócio de um grande empresário como o Eike Batista? Já quis ser um dos “donos” de empresas como a Petrobras? Isto pode ser alcançado muito mais facilmente do que imagina, basta comprar uma ação da OGX (empresa do Eike) ou uma ação da Petrobras e já terá seu desejo realizado. Pois é, uma ação é um título que representa a mínima parcela do capital social de uma empresa. Quando o dono (ou os donos) de uma empresa resolve abrir seu capital na Bolsa, ou seja, colocar ações no mercado, ele está apenas colocando um percentual desta companhia à disposição para quem quiser comprar.

Vamos raciocinar de forma mais prática. Imaginemos que um grande empresário gostaria de vender 30% de sua empresa para um sócio, pois acredita que com um parceiro nos negócios ele poderia crescer mais rapidamente. Então ele divide esses 30% da companhia em vários papéis (ações), vai até a bolsa de valores e coloca esses papéis à disposição de quem quiser comprar (claro que não é tão fácil). Então os investidores vão decidir se acham interessante comprar ou não aquelas ações. Quanto mais investidores se interessar mais caro ele vai conseguir vender. Daí em diante estas ações ficam no mercado sendo negociadas todos os dias.

Quando você compra uma ação ela passará a valer mais dependendo de quantas pessoas querem comprá-la. Se, de repente, todos acham que está ação ficou atrativa, porque a empresa vai lucrar mais ou encontrou petróleo, você conseguirá vendê-la por um preço cada vez mais alto. Porém, se todos acharem que aquela empresa virou o “patinho-feio” do mercado, pode ter certeza que o preço deve refletir esta opinião, e as ofertas de compra serão a preços cada vez menores.

Diariamente serão realizadas ofertas de compras destes papéis, vindas de investidores interessados em adquirir uma participação nesta empresa. Você deve vender suas ações apenas quando perceber que estão comprando ao preço que você acha que elas valem, ou seja, quando achar que a empresa não vale muito mais do que aquilo que estão ofertando. Neste momento é hora de vender. No próximo texto falaremos mais sobre a decisão de compra e venda.

Assim como são realizadas ofertas de compra, também há ofertas de investidores tentando vender suas ações. Quando as ofertas de venda de uma ação em sua opinião não reflete o valor da empresa, ou seja, você acha que o valor de mercado da companhia está “abaixo” do que deveria, você pode comprá-la. Todo este processo ocorre na Bolsa de Valores (Bovespa) em questão de segundos. Várias ofertas de compra e venda. Quando a oferta de compra for igual à de venda então o comprador adquire as ações e o vendedor recebe o dinheiro.

Antes isto era feito pessoalmente nos famosos pregões:

Agora é tudo online:

E você pode comprar e vender dentro de sua casa, através de um sistema online que a corretora disponibiliza, denominado “Home Broker”. Basta buscar uma corretora e fazer um cadastro e terá todas as condições necessárias para realizar seus investimentos.

Agora vem as próximas perguntas: quando uma empresa pode ser considerada “barata” ou “cara”?; como decido se vou comprar ou vender?; vale a pena investir em ações? Mas aí vão algumas perguntas que poderão indicar o que você deve considerar quando estiver pensando em investir na Bolsa de Valores. Você entraria em uma sociedade com aquele seu cunhado que vive se envolvendo em fraudes? Ou faria parte de uma sociedade com aquele vizinho cuja empresa não cresce faz mais de 10 anos? Estas mesmas questões devem ser levantadas quando estiver pensando em qual empresa investir no mercado de ações.

Tudo isso será o tema do próximo texto… Vou lhes falar um pouco sobre minha experiência e opinião sincera sobre este mercado. Fiquem à vontade para postar dúvidas e levantar temas para debates.

“A Preguiça e seus Prejuízos”: O segundo passo é vencer a preguiça…

Um dos grandes vilões quando o assunto é planejamento financeiro pessoal é a famosa preguiça. Desta forma, antes de entrar mais a fundo no assunto que seria o tema deste texto (opções de investimentos) seria de grande importância fazermos uma breve reflexão sobre esta grande vilã, que vem roubando os ganhos de muitos investidores.

É perceptível que a grande maioria acredita que as aplicações não diferem muito umas das outras e acabam deixando seu dinheiro naquela opção sugerida pelo seu gerente do banco, ou até mesmo na poupança, principalmente pela maior comodidade. Afinal, a diferença entre uma aplicação que rende 0,60% ao mês e outra com rentabilidade de 0,55% ao mês parece tão pequena que não vale o tempo perdido para abrir conta em outro banco ou em uma corretora.

Então vamos ver no quadro a seguir se realmente valeria a pena fazer esse esforço para ter uma rentabilidade um pouco melhor. Esta é uma simulação considerando investimento de R$ 500,00 ao mês em duas aplicações, uma rendendo 0,60% ao mês e outra 0,55% ao mês:

De acordo com o experimento acima, quem decidiu buscar um rendimento de 0,60% ao mês, e se propôs a abrir uma nova conta, alcançou saldo de R$ 161 mil, aproximadamente, enquanto aqueles que preferiram optar pelo comodismo acabaram atingindo R$ 153 mil. Esta decisão seria o mesmo que jogar R$ 8.000 (oito mil reais) na lata do lixo daqui a 15 anos. Se considerarmos uma inflação de 4% ao ano neste período (hipoteticamente), seria o mesmo que dispensar R$ 4.000 (quatro mil reais) hoje. Ou seja, a preguiça acabou de lhe roubar uma viagem à Europa.

As perdas podem piorar para aqueles que nunca param para verificar os seus gastos mensais e se esquecem de cortar pequenas despesas que parecem tão inofensivas, mas poderiam lhe render ganhos significantes caso fossem somadas às suas aplicações.

Por exemplo, você sabia que investindo R$ 30,00 ao mês a uma rentabilidade de apenas 0,50% ao mês teria um saldo adicional de, aproximadamente, R$ 8.700,00 em sua aplicação após 15 anos? Considerando a mesma inflação de 4% ao ano, este valor equivale a R$ 4.500,00 nos dias de hoje.

Diante de tais observações convido todos a deixar o comodismo de lado, passando a dar a devida importância a algo que no Brasil, culturalmente, sempre é deixado em segundo plano: “seu planejamento financeiro”. Enquanto em países maduros pessoas de classe média buscam até mesmo um profissional para auxiliar no planejamento de sua vida financeira, por aqui ainda estamos pensando apenas no presente. Por isso vemos com frequência pessoas idosas de classe média tendo que trabalhar para complementar sua renda. Enquanto os mais precavidos, conseguem atingir uma vida relativamente tranquila, antes mesmo de chegar à velhice.

OBS: Não se torne um “pão duro”, apenas valorize sua renda e planeje o seu futuro.

“Sonhar”: O primeiro passo para um bom planejamento financeiro…

Já se perguntou o que você quer? Quais momentos você gostaria de viver? O que está buscando?

Estas são perguntas que estão sendo esquecidas pela maior parte das pessoas. Poucos sabem o que buscam e quais são suas motivações para buscar aquilo. Sem estas respostas muitas vezes fica impossível saber como planejar a sua vida financeira. Este texto tem por finalidade provocar uma reflexão sobre algo que considero de suma importância para quem quer obter sucesso em seu planejamento. Uns chamam de “objetivos de vida”, outros de “metas de longo prazo” e alguns, mais poéticos, de “sonhos”. Sim, pode parecer estranho, mas sonhar é fundamental para quem quer ter um bom planejamento financeiro. E devemos ir um pouco além, tentando entender qual seria a principal motivação para desejarmos viver determinado sonho. A seguir vamos entender o porquê de tais afirmações…

Vou lhes contar uma breve história que irá ilustrar a mensagem deste texto, a história de Tiago, um apreciador de música clássica, em especial do violino:

“Tiago sempre gostou de música, porém, nunca teve a oportunidade de dedicar-se integralmente a ela. Ele se via sentado em uma orquestra, nem que fosse composta de amigos do bairro, tocando seu violino e compondo músicas. Mas quando despertava estava sentado em seu escritório, olhando para suas planilhas e contratos financeiros.

Um dia ele resolveu fazer um planejamento financeiro para atingir tal objetivo. Nesta época ele estava com 30 anos de idade e queria que pelo menos aos 50 anos pudesse viver seu sonho. Fez as contas de seus gastos mensais e percebeu que, com certo esforço, conseguiria poupar R$500,00 reais ao mês (apenas 10% de seu salário).

Além disso, ao final de cada ano, ele conseguiria colocar R$ 4.000 adicionais em sua aplicação, devido ao recebimento do décimo terceiro. Ele sabia que precisaria cobrir boa parte de suas despesas utilizando a renda gerada por esta aplicação. Para isso necessitaria de um investimento que lhe proporcionasse uma renda mensal adequada aos 50 anos.

Tiago investiu em uma aplicação de longo prazo que lhe rendeu 0,7% ao mês. De acordo com suas contas ele atingiria R$ 500 mil aos 50 anos de idade. Com este montante, mantendo esta mesma rentabilidade, poderia passar o resto de sua vida com uma renda de aproximadamente R$ 3.500,00 mensais, sem ao menos utilizar o montante principal. Além disso, com certa frequência, ele poderia dar aulas de música e consultoria em contabilidade, o que lhe daria uma renda complementar. Isso sem contar sua aposentadoria…

Hoje, aos 55 anos, Tiago já compôs mais de 50 músicas para violino. Ele tem mais tempo para sua família e amigos. Vale lembrar que, se ele viver até os 75 anos (expectativa de vida em determinadas regiões), terá mais 20 anos pela frente para usufruir de sua conquista.

Apenas com um pouco de esforço e sabendo o que ele realmente queria, Tiago encontrou o caminho para atingir seu grande desejo sem deixar de lado sua carreira ou sua vida pessoal.”

E você? Já sabe, por exemplo, o que pretende fazer quando chegar à aposentadoria? São muitas as possibilidades… E muitas as motivações que podem te levar a um determinado desejo.

Por exemplo, você poderia se dedicar à arte, seja desenvolvendo habilidades musicais ou pintando quadros. Neste caso estaria motivado pela busca de manifestar os afetos que estão em seu interior. Ou poderia se dedicar à sua fé, indo mais a fundo naquilo que acredita e tentando ensinar as pessoas ou aprender com elas sobre o que está além da consciência humana. Estaria motivado pela busca do crescimento espiritual. Até mesmo fazer aquela viagem que já está esquecida, vivenciar a história e a beleza daquele lugar.

Enfim, são inúmeros os momentos que gostaríamos de vivenciar, assim como são muitas as motivações que nos levam a desejar estes momentos em nossas vidas.

Porém, a grande verdade é que, sem percebermos, passamos a viver uma vida sem plano algum para o futuro, ou até pior, sem um propósito, uma essência. As pessoas estão esquecendo-se de pensar no que realmente querem. Fazem um planejamento baseado apenas em acumular capital, sem saber para que irão utilizá-lo. E o pior, muitas vezes terminam suas vidas cansadas sem ao menos saber o que fizeram ou sentiram.

Este é o pior caminho para iniciar qualquer projeto em finanças pessoais. O primeiro passo é entender quais são suas motivações e definir seus objetivos (ou sonhos) para então identificar qual caminho trilhar em seus investimentos.

Tire um dia para você, sozinho ou com a sua esposa, e dedique uma tarde a isso. Identifique o que você e sua família buscam e o que te faria finalmente ter um sonho realizado. Lembre-se, neste primeiro passo ainda não é hora de pensar em valores, apenas sonhe…

OBS: VALE A PENA LER UM CASO REAL SEMELHANTE AO DE TIAGO NO LINK ABAIXO:

http://vocesa.abril.com.br/organize-suas-financas/materia/vidao-ilheus-625669.shtml

ESTE É O PRIMEIRO DE UMA SÉRIE DE TEXTOS DO “GUIA DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO”, QUE SERÃO PUBLICADOS AQUI NO BLOG. ACOMPANHE OS PRÓXIMOS PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE SEU PLANEJAMENTO.

ASSUNTO DO MEU PRÓXIMO TEXTO (PASSO 2): “CDB, Títulos Públicos, Ações…. Conheça as opções de investimentos que estão à sua disposição!”

Uma história que pode surpreender: “Poupança, quanto mais rápido começar melhor….”

Em meu primeiro texto publicado trago uma curiosidade para os poupadores. Vamos fazer uma simulação simples, mas que poderá surpreender a muitos….

A simulação a seguir mostra a história de dois irmãos gêmeos, o João e o Daniel, e a forma como eles resolveram realizar suas poupanças para quando atingissem 60 anos.

– O João começou a poupar com 20 anos de idade, investindo R$ 1.000,00 por ano até atingir 30 anos. Todo início de ano ele colocava R$ 1000,00 nesta aplicação. Porém, após dez anos, ele resolveu parar de poupar, pois ele queria aproveitar a vida, e esses R$ 1000 reais que seriam aplicados no início de cada ano passaram a ser utilizados para viagens. Ele deixou rendendo apenas o capital já acumulado, com o propósito de utilizar este dinheiro apenas quando atingisse 60 anos de idade.

– Já o Daniel, que criticou o irmão por ter parado de poupar, não quis seguir os mesmos passos. Ele pensou bem e preferiu aproveitar a vida durante os 10 primeiros anos para depois se dedicar a poupar sem parar até os 60 anos. Então ele começou sua poupança com 30 anos, ou seja, 10 anos mais tarde que João e não parou mais até os 60 anos. Ele adotou o mesmo modelo de João, investindo R$ 1000,00 por ano.

Em resumo, o João só realizou 10 aportes, nos 10 primeiros anos, e então parou, deixando apenas o capital já investido rendendo. Já o Daniel realizou 30 aportes, porém iniciando 10 anos depois (com 30 anos). Os dois estão investindo em uma aplicação que deve render 10% ao ano (juros). Vamos ver o resultado desta história? Olhem a tabela a seguir que mostra o saldo de cada um no final e cada ano:

Com 60 anos de idade João atingiu saldo R$ 336 mil reais realizando apenas aqueles 10 aportes entre os 20 e 29 anos. Já o Daniel, que poupou durante 30 anos, porém iniciando 10 anos mais tarde que João, chegou aos 60 anos com saldo de R$ 200 mil.

O resultado impressionante dessa simulação não é mostrado aqui para provar que vale mais a pena aproveitar a vida do que poupar… Pelo contrário, a ideia é mostrar que quanto mais cedo iniciamos nossa poupança, mais rápido atingimos o nossos objetivos de longo prazo, e com menor esforço financeiro. O esforço para “poupadores tardios” recuperarem o tempo perdido pode ser altíssimo, enquanto quem começa cedo tem uma enorme facilidade para atingir suas metas e usufruir de uma boa renda no futuro.

Objetivo do blog.

Este blog busca provocar discussões sobre os principais acontecimentos políticos e econômicos, sempre abordando os fatos sob a ótica financeira. Aqui o leitor terá a oportunidade de refletir sobre quais são os possíveis reflexos gerados por mudanças no cenário político e/ou econômico sobre o mundo financeiro.

É comum lermos o jornal pela manhã e constatarmos, ao fim da leitura, que mais uma vez o mundo alterou o seu rumo… Todos os dias ocorrem mudanças relevantes no contexto internacional, sejam estas nas relações comerciais entre diversos países, na política governamental adotada em algumas das principais economias ou até mesmo na tendência das variáveis econômicas mais observadas. A dúvida que muitas vezes parece ser pouco explorada nos principais meios de comunicação é: quais seriam os principais efeitos dessas mudanças no nosso dia a dia?

Aqui, tentaremos criar uma ligação entre as informações que nos rodeiam e os seus efeitos sobre a situação financeira dos empresários e investidores, lembrando que ambos buscam maximar o retorno de seu capital. Abriremos o mundo financeiro de forma simples e, ao mesmo tempo, curiosa, explorando os efeitos práticos de mudanças que parecem tão distante de nós, mas acabam muitas vezes se tornando parte do nosso dia a dia sem ao menos percebermos. Vale ressaltar que todos somos investidores. Investimos em educação, no futuro de nossos filhos, em nosso lar, em viagens…, tudo que nos traga bem estar, ou seja, sempre estamos procurando alocar nossos recursos buscando o melhor retorno possível com menor risco.

Com esta visão, vamos navegar um pouco no mundo das finanças…